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Mídia

Jornal Libération critica Lula por não baixar a cabeça para o Ocidente

Jornal francês chamou o presidente Lula de "falso amigo dos ocidentais", por defender os interesses dos países mais pobres e pela posição sobre a guerra da Ucrânia

Lula discursa em Paris e reportagem do Libération (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert/PR)
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247 com RFI - O jornal francês Libération, voltado ao público liberal, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelas suas posições mais voltadas para o sul global e não alinhadas aos interesses ocidentais. Em matéria de capa na edição desta quinta-feira (22), intitulada "Lula la decepção", o jornal aponta que derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de outubro de 2022 causou alívio, mas os países ocidentais tinham esquecido que o ex-metalúrgico, três vezes chefe de estado, não era alinhado com suas ideias. "Ele era esperado como messias, mas sua imagem se ofuscou um pouco", afirma o texto.

O presidente brasileiro não é o aliado precioso esperado pelos países ocidentais, reconhece o jornal, sobretudo quando o assunto é a guerra na Ucrânia e o isolamento da Rússia. Outro ponto de discórdia é a posição de Brasília sobre Caracas e as declarações de Lula, que incomodaram Washington, sobre as "sanções exageradas" dos Estados Unidos à Venezuela, uma política, segundo a especialista Armelle Anders, entrevistada pelo jornal, marcada por um "grande rancor contra os Estados Unidos".

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 Já Jacques Kourliandisky, diretor do Observatório da América Latina para a Fundação Jean Jaurès, também citado pelo jornal, recusa a tese do “anti-americanismo primário” e afirma que a linha de Lula não mudou: "uma política de alto nível e ativa, que pressupõe que o Brasil seja reconhecido como um ator global capaz de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança" da ONU. Mas apesar dos percalços diplomáticos, Libération admite que a relação entre os dois líderes é muito mais tranquila que com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A Europa também quer reduzir a influência da China no Brasil e com o retorno de Lula ao poder, as discussões sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia retomaram, apesar de esbarrarem no protecionismo francês e em exigências ambientais.

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Leia também matéria da Reuters sobre Lula na França:

Lula diz que não pode concordar com a proposta da UE para acordo comercial com o Mercosul

(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a última proposta da União Europeia para um acordo comercial com o Mercosul tornou impossível se chegar a um consenso, pois incluiu uma "ameaça" ao Brasil.

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O líder brasileiro estava se referindo ao adendo da UE ao acordo, que inclui compromissos de sustentabilidade e mudança climática e apresenta homenagem para as nações que não cumprem as metas climáticas delineadas no Acordo de Paris de 2015.

"Os acordos comerciais têm que ser mais justos. Estou doido para fazer um acordo comercial com a União Europeia, mas a carta adicional com ameaça a um parceiro estratégico não é possível", disse Lula em discurso durante um evento em Paris.

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Mais tarde, Lula discutiu o acordo comercial entre UE e Mercosul em um almoço de trabalho com o presidente da França, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, sede do governo francês, informou o governo brasileiro em nota.

Antes de viajar para a Europa, Lula também havia dito que queria tratar com Macron sobre uma resolução aprovada recentemente pelo Parlamento francês contra o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul.

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De acordo com nota do governo do Brasil, Lula e Macron tratam também da guerra na Ucrânia e da parceria estratégica entre Brasil e França, em particular uma parceria entre os dois países no programa ProSub para a produção de submarinos militares com tecnologia francesa no Brasil .

No discurso pela manhã durante a Cúpula para um Novo Pacto de Financiamento Global, Lula também disse que a Organização das Nações Unidas (ONU) precisa recuperar sua força política e criticou o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) por, segundo ele, " deixem muito a desejar" em relação às expectativas das pessoas.

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"Me desculpem Banco Mundial e FMI, mas nós precisamos rever o funcionamento. disse o presidente em seu discurso.

"A ONU precisa voltar a ter representatividade, a ter força política", acrescentou.

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